MARIANA VIOLANTE

P Gruerra JST131 OUT25 WebEm momentos como os que vivemos, todos os trabalhadores têm de contribuir para soluções de Paz e de Justiça. Todos temos um papel a desempenhar para os nossos líderes perceberem que a nossa força é o que fará avançar o Mundo e parar as guerras.

Por vezes, em plenários ou numa reunião sindical, “paira no ar” uma pergunta: o que isso tem a ver com os trabalhadores? Ultimamente, essa questão tem surgido, aqui e ali, ao se abordar a questão da guerra.

Há um genocídio a decorrer na Palestina: o que os trabalhadores têm a ver com isso? Tudo! Se os trabalhadores tudo produzem, também eles tudo podem parar. Podem parar de fazer os componentes que constituem uma arma; as escavadoras que destroem casas e estradas; de colocar em barcos as cargas de mísseis que cairão sobre corpos inocentes; ou impedir os caças de chegar ao seu destino.

Podem também organizar caravanas solidárias com bens essenciais que cheguem às vítimas. Comida em vez de balas, protecção em vez de bombardeamentos.

Quando a Ucrânia foi invadida pela Rússia, ninguém em Portugal foi mais rápido a recolher, organizar e expedir cargas solidárias para aquele território do que os trabalhadores das autarquias, que se organizaram com determinação. Esse é o poder dos trabalhadores unidos e organizados.

Alguns já se vão esquecendo de quão devastadora foi a última vez que povos inteiros decidiram cumprir ordens sem fazer perguntas. Da última vez que os trabalhadores foram convencidos a fazer “o seu trabalhinho” sem levantar questões ao patrão e ao chefe de Estado, porque o assunto não era com eles, o nosso continente ia sendo completamente devastado. E a vida de mais de seis milhões de judeus foi ceifada pela ideologia e barbárie nazi.

Foi por isso que, quando parámos com os horrores, os que não morreram na guerra ou da imensa vergonha colectiva, decidimos dizer em uníssono: “Nunca mais!”

O PODER DO COLECTIVO
Foi por isso que criámos a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Porque percebemos haver limites que não podem ser ultrapassados, os limites da dignidade humana que colocam no papel o que devia ser óbvio para todos, sempre: os seres humanos são iguais em direitos, independentemente do lugar onde nasceram, que religião professam ou da sua cor de pele. Tudo o que fazemos contribui para a sociedade em que vivemos. O nosso trabalho constrói a gente que somos. E a luta dos trabalhadores, por si e por todos, define políticas, informa as decisões de quem está no topo.

Os Direitos Humanos são o “cimento” da nossa sociedade. São o que nos garante que ninguém é acusado sem provas ou despedido sem justa causa; que cada um pode dizer o que pensa ou formar uma família; que nenhuma criança pode ir para a cama sem comer; que nenhum povo pode ser colectivamente punido pelas decisões do seu líder.

Quando cedemos num direito, cedemos em todos. Quando continuamos a ir trabalhar normalmente sem nos preocuparmos de que há quem diga que vai “limpar” bairros inteiros – o País –, voltamos a deixar-nos separar, em vez de nos unirmos. Quando deixamos déspotas perseguir, maltratar, raptar pessoas que apenas procuram uma vida melhor, demitimo-nos da nossa humanidade. Tal como prescindimos dela quando seguimos com a nossa vida enquanto um genocídio tem lugar seja em que parte do Mundo for, como na Palestina, promovido por Israel.

Em momentos como os que vivemos, todos os trabalhadores têm de contribuir para soluções de Paz e de Justiça. Todos temos um papel a desempenhar para que os nossos líderes percebam que a nossa força é o que fará avançar o Mundo e parar as guerras. Temos esse poder. E é por isso que todos e cada trabalhador tem tudo a ver com a guerra.

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