 A ECONOMIA DE GUERRA PROMOVE O SUBDESENVOLVIMENTO E A PULSÃO DE MORTE
A ECONOMIA DE GUERRA PROMOVE O SUBDESENVOLVIMENTO E A PULSÃO DE MORTE 
A frase, repetida constantemente, é cativante, mas catastrófica. Como a História já mostrou numerosas vezes, sempre que as economias e as mentes se preparam para o conflito, a guerra aproxima-se.
Passo a passo, a histeria substitui a análise racional. Fala-se mais de guerra e menos de paz - até há bem pouco tempo, quem o fizesse relativamente à Ucrânia, era acusado de tudo e mais alguma coisa. O pensamento pára, as soluções diplomáticas são descartadas e a paz é posta em causa. A Europa não tem futuro como continente de guerra. A militarização destruirá a indústria transformadora e a tensão permanente com os vizinhos do Leste não nos aproximará da paz, pelo contrário.
Por cá, o governo PSD/CDS, submisso aos interesses da NATO e da UE, está há muito alinhado com a retórica bélica. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, diz mesmo que estamos em guerra. “Obviamente, não estamos em guerra, até porque não foram accionados os procedimentos que a Constituição prevê. Nunca saímos, isso sim, da cada vez mais intensa guerra de classes.”
Dinheiro é coisa que não vai faltar, porque no capitalismo há sempre dinheiro para aquilo que as classes dominantes querem fazer, o que significa que a restrição não é financeira, mas de poder de mobilização de recursos. 
O “não há dinheiro é pura ideologia” 1. A mesma que sustenta que a guerra é uma oportunidade de desenvolvimento. Ora, o negócio da guerra não traz nenhum benefício económico às populações. Na verdade – como defende Amartya Sem, economista e filósofo indiano –, “é preciso ser-se muito corrupto moralmente para apresentar a economia da destruição, a guerra, como uma oportunidade de desenvolvimento (...). O Prémio Nobel de Economia em 1998 acrescenta ainda que “o desenvolvimento é o processo colectivo de afirmação da pulsão de vida, que redistribui, e logo aumenta, as liberdades positivas, que estão associadas às oportunidades igualitárias para ser e fazer, para florescer humanamente”. A economia de guerra é, pelo contrário, o desenvolvimento do subdesenvolvimento, a erosão das potencialidades nacionais pela pulsão de morte. 2
PALESTINA: PARAR O GENOCÍDIO JÁ! 
Diante do horror da guerra que atinge milhões de seres humanos, sobressai o genocídio do povo palestiniano por Israel, com a criminosa cumplicidade da UE e dos EUA. Não há desculpas nem perdão para os brutais crimes cometidos pelo estado sionista e pelos seus execráveis líderes, que não escaparão ao julgamento da História, e esperemos que dos tribunais.
Como escreve a organização não-governamental israelita B’tselem, no documento “O Nosso Genocídio”, “há quase dois anos, Israel comete um genocídio em Gaza, agindo de forma sistemática e deliberada para destruir a sociedade palestiniana local por meio de assassinatos em massa, causando graves danos físicos e mentais, e criando condições catastróficas que impedem a sua continuidade em Gaza. Israel promove abertamente a limpeza étnica e a destruição da infraestrutura de sustentação da vida de indivíduos e de grupo, com dois milhões de pessoas famintas, deslocadas, bombardeadas e abandonadas pelo Mundo à morte. O genocídio deve ser interrompido!” 3
É preciso impor sanções contra Israel já! E proceder ao reconhecimento pleno, imediato e incondicional do Estado da Palestina, conforme determinam o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas. 
Por isso, é inaceitável obrigar ao cumprimento de exigências arbitrárias, discriminatórias e de espírito profundamente colonial, como sejam a condenação e desarmamento da resistência palestina, a realização de eleições sob ocupação militar, a aceitação de um “Estado desmilitarizado” e a repetição de um reconhecimento de Israel que já foi feito pela OLP há décadas. 
O reconhecimento do Estado da Palestina é um dever legal e moral, e deve ser feito imediatamente e sem condições. O anúncio desse reconhecimento por diversos governos, incluindo Portugal, ainda que tardio – pois já 147 países o fizeram –, mesmo que insuficiente e hipócrita, é o resultado da força do movimento de solidariedade com a causa palestiniana que se levanta, em Portugal e por todo o Mundo, e que é preciso intensificar até à libertação do povo palestiniano e do seu direito a viver em Paz na sua terra e a ser feliz.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
