75AniversarioFimGuerra 0cd3bPELA LIBERDADE, A PAZ E A VERDADE
NÃO AO FASCISMO E À GUERRA

No dia 2 de Maio de 1945, o Exército Soviético tomou o Reichstag, em Berlim. Poucos dias depois, a 8 de Maio, a Alemanha nazi assinava a sua rendição incondicional. No dia seguinte, 9 de Maio, milhões de pessoas comemoraram o dia que passou à História como o dia da Vitória.

A 6 e 9 de Agosto de 1945, os EUA lançavam o horror atómico sobre Hiroxima e Nagasáqui, cidades de um Japão já derrotado. No dia 2 de Setembro o militarismo japonês capitulava.

Para trás ficava a maior tragédia humana que a História conheceu. Cerca de 75 milhões de pessoas morreram na Segunda Guerra Mundial. Auschwitz e os muitos outros campos de concentração e extermínio nazis figuram entre os mais hediondos crimes do nazi-fascismo.

Mas a História da Segunda Guerra Mundial é também e sobretudo a da heróica resistência e luta contra o fascismo e a guerra.

Por toda a Europa, e noutras partes do Mundo, os trabalhadores e os povos resistiram, lutando pela libertação da Humanidade da barbárie nazi-fascista, sendo os obreiros do caminho que levou à Vitória, protagonizando das mais heróicas páginas de coragem, de generosidade, de abnegação. De entre eles emerge, com a dimensão dos mais de 20 milhões de mortos, a União Soviética, o povo soviético e o seu Exército Vermelho.

Das trevas da opressão das ditaduras fascistas levantaram-se milhões de homens, mulheres, jovens, organizando, resistindo e lutando, quantas vezes na clandestinidade e de armas na mão, pela liberdade e a paz. A resistência adquiriu mil formas, tantas quantas as vontades, os ideais, as forças que abraçaram a luta contra o nazi-fascismo.

Comemorar a Vitória é prestar homenagem aos que resistiram e lutaram. É recordar que a força dos ideais libertadores e a unidade dos anti-fascistas pode derrotar os mais tenebrosos planos de exploração, opressão, dominação.

Comemorar a Vitória é não deixar deturpar a História. É não esquecer os que foram responsáveis pela ascensão do fascismo e o desencadear da guerra. É combater o branqueamento e a reabilitação do fascismo, e a criminalização dos anti-fascistas que o combateram.

Comemorar a Vitória é afirmar a determinação da rejeição da ingerência, da agressão, da guerra. É defender o Direito Internacional, legado da Vitória inscrito na Carta das Nações Unidas, e não transigir na defesa dos direitos dos povos à sua auto-determinação e soberania.

Comemorar a Vitória é valorizar e defender os avanços e direitos alcançados pelos trabalhadores, as mulheres, os jovens, os povos. É tomar parte, unir forças, emoções e criação, convergir na luta contra a exploração e a opressão, caminhando lado a lado pela democracia, os direitos, o progresso, a justiça, a paz, a cooperação.

Comemorar a Vitória é recordar que em Portugal foi imposta uma ditadura fascista que colaborou com o nazismo alemão e que oprimiu o povo português, suprimiu liberdades, reprimiu, torturou e assassinou, impôs o atraso, a miséria, as guerras coloniais.

Comemorar a Vitória é recordar que em 1945, a luta antifascista saiu à rua em Portugal para festejar a derrota do nazi-fascismo e a esperança que se fortalecia. É lembrar que em Portugal houve quem tenha dado tudo, incluindo a própria vida, para resistir contra a longa noite fascista e fazer florir a liberdade e a paz em Abril de 1974. É defender os valores da Revolução de Abril e o regime democrático consagrado na Constituição da República Portuguesa.

Comemorar a Vitória é olhar para o Mundo de hoje e para a História que a Humanidade comporta lutando para que a barbárie nazi-fascista jamais se repita. É rejeitar a resignação e o medo perante as injustiças e os perigos que emergem. É construir caminhos de luta e liberdade contra a ameaça do fascismo.

A construção de um Mundo mais justo, solidário e de paz continua, 75 anos depois da Vitória sobre o nazi-fascismo, a ser abraçada por milhões de homens e mulheres.

É em nome dos combates do nosso tempo, honrando a História e a luta dos povos que comemoramos o dia 9 de Maio, o dia da Vitória, afirmando que 75 anos depois faz sempre e cada vez mais sentido defender a liberdade, a paz e a verdade, e dizer não ao fascismo e à guerra.

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