STAL SUSPENDE GREVE DA PRÓXIMA SEMANA, MAS A LUTA CONTINUA JÁ NOS DIAS 24, 25 E 26 DE ABRIL
A paralisação dos trabalhadores da ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, S.A. estava marcada para os próximos dias 10 e 11, mas foi suspensa após a administração ter decidido atribuir tolerância de ponto na próxima segunda-feira, sendo, curiosamente, a única empresa do Grupo EGF/Mota&Engil a fazê-lo…
O STAL estranha a repentina decisão da administração ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, S.A., conhecida após divulgação pública da greve dos trabalhadores da empresa e no seguimento da notificação do acórdão que define os serviços mínimos.
Esta decisão torna-se ainda mais “surpreendente” quanto a empresa invocou, em sede de Tribunal Arbitral, a necessidade de ter em actividade, nos dois dias da greve, um conjunto alargado de serviços e de trabalhadores para responder às necessidades “sociais impreteríveis” das populações abrangidas.
Coincidência ou não (com a data da paralisação anunciada), a administração mudou agora radicalmente de opinião e, pelos vistos, a empresa já não precisa de trabalhar 24 horas por dia/7 dias por semana, para prestar o serviço público devido às populações.
E se a administração da ERSUC considera que é por via destes “expedientes” que vai conseguir desmobilizar a luta dos trabalhadores, saiba que estes estão determinados e unidos em prosseguir na defesa das suas reivindicações já nos dias 24, 25 e 26 de Abril, face à contínua falta de respostas concretas às suas exigências, aos baixos salários e ao desinvestimento nas condições de trabalho.
Os trabalhadores são quem mais sofre com um permanente “défice financeiro” no final de cada mês, vivendo com dificuldades com um poder de compra que se tem vindo a degradar nos últimos anos – degradação que se faz sentir, de forma mais acentuada, desde 2022, em que se registou a maior taxa de inflação dos últimos 30 anos e uma subida brutal dos preços dos bens alimentares, do custo com a habitação e da energia, pelo que exigem, entre outras medidas:
– Aumento salarial de 10%, num mínimo de 100€, para todos os trabalhadores;
– Implementação de um salário de entrada de 850;
– Subsídio de refeição de 9€/dia;
– A fixação do período de trabalho em 7 horas diárias, 35 horas semanais e 25 dias de férias;
– O pagamento do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco;
– Fixação do trabalho nocturno entre as 20h de um dia e as 7h do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição mensal;
– A valorização das carreiras, bem como a possibilidade de progressão e promoção profissional, e a regularização das situações de vínculo precário;
– Melhores condições laborais e o respeito pelas normas de Segurança e Saúde nos locais de trabalho.
Está nas “mãos" da administração da ERSUC encetar negociações sérias e há muito reivindicadas com o STAL e os trabalhadores.